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quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Pressão





Pressão, segundo a Wikipedia :

1 - É a força por unidade de área, exercida pelo peso da atmosfera, sobre um ponto localizado na superfície da Terra ou acima da mesma. Termos relacionados: Pressão Atmosférica; Pressão Barométrica;

2 - Influência constrangedora e coercitiva; coação. Processo - Maneira pela qual se realiza uma operação, segundo determinadas normas; método, técnica





Todo mundo já se sentiu pressionado em algum ponto da vida.Fosse para usar a roupa na moda, para fazer algo que não queria, para tomar becetacil, para passar no vestibular, para arrumar um emprego, para ser mais sociável...

A pressão, quando não é em excesso e consequentemente nociva, é a força que nos obriga a parar de ser acomodados e nos lembra da realidade.

Ontem, foi um dia que pode ilustrar perfeitamente essa definição :


"O calor subia do asfalto como ondas de miragem, as pessoas se acumulavam naquele pequeno trecho de sombra do ponto, como que lutando pela sobrevivência perante os raios de sol e da temperatura que, no mínimo, estava uns trinta e cinco graus, pra mais.Por baixo do óculos tipo aviador e do uniforme, o coração batia descompassado, os pés não tinham o equilíbrio correto.Maldito calor! Desistiu de ir para o centro velho e decrépito de São Paulo, aonde não só haveria um calor pior, como também hippies fumando sua erva da paz e prostitutas de terceira aproveitando para mostrar ainda mais o que a gravidade faz com alguns.

Voltou para casa, abriu a porta e se deixou cair na cama, ignorou a cachorra que o vinha receber feliz e todo o resto.Que a casa pegasse fogo, porque ele já estava em chamas.Sentiu o cansaço batendo, a saliva descendo como se fosse canivete.Mas não tinha sede, não tinha mais dor.Não sentia mais nada.
Sentou na cadeira verde e plástica, tentou ver algo no orkut, no site da BBC.Mas nada, parecia que uma catarata instantânea o havia tomado.Deu um tempo, molhou o rosto.Sentiu os efeitos passarem.Hora de ir para o trabalho.

A camisa o fazia parecer algum ianque das oficinas mecânicas do Kansas.
Pegou o ônibus, e sua cabeça começou a doer mais do que dedo-do-pé-que-afunda-na-porra-da-quina-do-sofá.Enxaqueca ? Não, dessa vez (inacreditavelmente) doía mais.Mas ah, sempre passa. Desceu, entrou para trabalhar.Louco para sentar e enrolar, sem qualquer ânimo para algum esforço.

O botão de liga está afundado.Logo hoje ?
Abre a máquina.Que tipo de demente projeta um computador complicado como aquele ? Provavelmente o mesmo tipo de demente que ele se tornaria dali algum tempo, quando o diretor que não era diretor entregasse o diploma e falasse "parabéns" (mas sua cabeça estaria na sua mulher em casa, que iria testar uma nova lingerie.Essa mulher talvez seja a amante, se for a amante, provavelmente alguma funcionária).

Sai parafuso, entra voltagem, nada.O sistema operacional grátis e de segunda mão dá pau.GODAMN IT! Ordem do dia : instalar Windows na parafernalha negra.Sua cabeça agora lembra muito um batuque do Olodum.Poderia fritar um hamburguer em sua testa. Depois de uma hora e meia da mais intensa luta entre homem e máquina que nossa vã filosofia jamais viu (nem em Matrix), o computador volta a funcionar, o sol se põe e as pombas voam e cagam.

Chega uma aluna.Por "sorte", uma que ele já conhece há algum tempo, e sempre foi simpática.Sem problemas, pensa ele.Ela descreve o problema, ele explica a resposta certa.Ela vai, faz algo errado e volta a relatar o problema.Ok, ela é simpática.Sem perder a paciência, guri.Deixe a bateria da Mangueira continuar, quem sabe eles não queimam como porcos no inferno assim que sua febre aumentar mais um grau.


A aluna, então, em uma atitude que o fez perguntar se ela não era irmã gemêa (tipo Ruth e Raquel), começa a falar de teorias conspiratórias da faculdade contra ela, em que sua total aniquilação moral seria o objetivo, e que ele seria o Anjo do Apocalipse, que estava dando o golpe derradeiro.Embora uma parte bem pequena dele tenha gritado lá no fundo : "VAI TOMAR NO C...", ele não o fez.

Sempre fora paciente demais com os outros e seus chiliques.Brigas familiares, escolas-exemplo e ex-namoradas psicóticas o fizeram se tornar resistente e calmo perante situações de pressão.
Após meia hora de explicação, finalmente, pelo conceito de água contra pedra, ele a convence de que não é um ciborgue destruidor.

Está no ápice da dor de cabeça e febre.A ponto de mandar sms para a namorada informando : "estou mal".Para a maioria das pessoas isso não quer dizer nada, mas para ele, significa admitir que a coisa tá preta.

Após uma breve conversa no celular ching-ling (e uma comida de rabo que o deixou feliz por saber que ela se importa com ele), molha o rosto e aguarda a hora de ir embora.Sai do trabalho, pega o ônibus.A sua cabeça parece ter o himalaia em cima.Se arrastando, chega em casa.

Seu pai o olha com cara de "quem te abduziu ?".
Pressão medida, diagnosticada pressão alta (17 por 12.Meu batimento minimo estava em 120).Pressão da mãe, pressão do pai.Ele finalmente cede a pressão.De carro, até a emergência.Pressão ainda alta, comprimido, soro na veia.Havia uma mulher ao seu lado que não parava de chorar e gemer.Aquilo sim, o irritava.O marido, nervoso, diz que não vai sair do setor enquanto ela não sair.Mas a presença é proibida.

O médico tenta convence-lo a se retirar.O homem persiste.Irritado, o médico entrega o estetoscópio na mão do homem e diz : "Atende você, então".E vai embora."




Concluída a história, podemos deduzir que :

1 - Pessoas diferentes lidam de forma diferente com a pressão.O homem estava totalmente errado, e o médico, logicamente, se sentiu ofendido por ter que ficar convencendo ele, afinal, ele era o Médico formado, e pronto.Ainda sim, a atitude dele foi errada, pois prejudicou os outros pacientes (eu no meio).

2 - Se eu estivesse no lugar do médico, independente de quantas horas de trabalho ele já estivesse cumprindo, teria reagido da mesma forma como reagi a mulher da conspiração.Calmo, e resolveria em banho maria.Senão, seguranças nele.Modéstia a parte, me senti bem por saber que seria mais sensato.

3 - Eu detesto ir ao médico, mesmo quando meu coração está saindo pela boca.

4 - Meus pais me amam e minha namorada também e eu tenho mesmo que agradecer por isso.

5 - Procurem ser calmos, SEMPRE.Pense duas vezes antes de fazer,SEMPRE.




Até mais, caros raros


AD INFINITUM

1 comentários:

Unknown disse...

Sabe, eu não sei se sou tão sensata quanto você. (Aliás, não é que eu não sei. Eu sei que não sou, mas fica feio, pra mim, adimitir uma coisa dessas em pleno blog, não fica?) rs
Explodo fácil com pessoas teimosas :S
Algumas pessoas realmente só trabalham bem, se estiverem sob pressão. Outras não conseguem fazer nada, nas mesmas condições... é o meu caso! odeio fazer as coisas com alguém me apressando, me pressionando.. >.< é horrível.

O senhor tem que se cuidar, viu? esse negócio de não querer ir ao médico! oxe!

To de olho =P

Um beijo, meu amigo querido.
Fica com Deus ;*