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sábado, 25 de setembro de 2010

Flama







Uma vez, no livro O Pequeno Príncipe, a raposa explica ao protagonista que, "se queres uma amiga, cativa-me !".

Entendi quando li esse livro que nos tornamos especiais para as pessoas por nossos atos.Não podemos esperar que alguém que gostamos retribua isso se não fizermos por onde.Embora a lógica pura e mais justa fosse "se eu gosto de você, você deve gostar de mim", a realidade mais crua não é assim.

Mas, depois dessa lição, eu percebi que ainda havia um hiato entre minha existência e a das pessoas no geral.

A intensidade.

Uma pessoa especial do meu passado recente comentou certa vez que todos os Sagitarianos eram intensos assim.Que vivíamos demais o momento, planejavamos alto, sonhávamos.

Eu discordei, não por ser um ativista anti-horóscopo-da-terceira-página-do-jornal.

Mas por conhecer outros de meu suposto signo e saber que ainda assim, eu me sentia diferente.

Essa pessoa especial, em termos, não está mais em minha vida.

Eu tive que me separar dela porque, em minha intensidade, nossos caminhos não puderam mais ser os mesmos.

Sem problemas.A diplomacia tudo resolve.Aprendi com Sérgio Vieira de Mello.

Mas hoje, essa diferença veio forte, e cavalgando.

Não, sem piadas com cavalos.

Estou completando um mês e uma semana de trabalho interrupto.Domingo a domingo, seis as seis.

E é claro que, tendo em vista minha intensidade, é como viver em uma gaiola comendo alpiste.

Nunca fui de sair muito, mas sempre fui de sonhar e lutar muito.Sentir ali perto o objetivo, sentir o coração disparar, o sorriso estampar.

Tenho aprendido demais.Profissionalmente, tem me saciado.Mas trabalhar não alivia o lado pessoal.Não substitui ouvir seus pais rindo, seus amigos no cinema com você, uma namorada te abraçando no ponto.

Não substitui nunca, e é um erro infantil e inútil, com alto preço, pensar e agir dessa forma.

Uma característica notável minha é o fato de permanecer inalterável o meu carinho por alguém.Posso ficar anos sem te ver, sem ter notícias, sem ao menos saber se está viva.

Mas eu SEMPRE vou guardar a impressão que você me deixou.

Serei como no auge das relações.

Meu coração não é como carro movido a Alcool no frio.Não tem que deixar ligado dez minutos pelo menos só pra sair da garagem, depois de um tempo desligado.

Meu coração é dinamite pura, porra.Basta uma faísca.

Não, não sou impulsivo.Sou racional.

Mas, tenho o impulso de mil explosões dentro de mim.Como dizia Renato Russo : eu sou metal, raio, relâmpago e trovão.

E talvez por isso, eu seja totalmente inapto á pessoas frias.

Frieza me lembra indiferença, egoísmo, maldade, arrogância, BURRICE.

Me lembra qualquer coisa que fuja a essência boa da humanidade.

E hoje, houve um intervalo no trabalho.

Então, no pouco tempo que tive, fui correndo para o MSN ver se encontrava algumas pessoas queridas.

Embora algumas tenham reagido bem, outras mal respondiam.Não pareciam ligar muito.

Eu me sentia como se tivesse voltado de uma guerra distante e longa pra casa.

E ao esperar flores, recebi costas viradas.

Me falaram : "mas faz tempo que a gente não se fala"

E então, eu lembrei da história da Raposa.E lembrei que eu não era assim.E notei que estava doendo por dentro.Muito.Uma surpresa, na verdade.

Quando um namoro (aquele, que rendeu vários posts após o estrago) meu terminou, a pessoa me disse de forma indiferente (sempre indiferente), quando eu perguntei, qual o peso de ter passado dois anos, juntos com alguém de forma séria, tinha em sua vida atualmente : "Nenhum".E quando eu perguntei desesperado e quase chorando na frente de uma bosta de tela de PC, "porque ? como assim ?", a resposta foi "Nenhum, oras.Apaguei."

Não era rancor.Não era desculpa.Era só realidade.As semanas seguintes vieram a comprovar.

E eu passei MESES sofrendo pra aceitar o fato de que alguém de suma importância pra mim me via como um homo sapiens qualquer.Do nada.


Minha intensidade não é um problema.Não é um câncer.É um dom, uma força, que deve ser usada.

Toda força mal usada dá merda.

E eu uso a minha com pessoas.Há !

De qualquer forma, aprendi de forma dura que, ter um coração que arde sem parar até o fim dos tempos em um mundo não receptivo é dor de cabeça na certa.

Mas aprendi a ver isso da forma correta.

São pessoas como eu, que tem essa capacidade de auto-regeneração pessoal, impulso e reconhecimento, que tem mais chances de fazer a mudança pra melhor acontecer.

Sim, eu me acho um pouco.Eu confio na minha capacidade.Sim, eu desabafei.Eu sei que alguns vão compreender.E outros vão tecer pensamentos estúpidos.

Mas o que parece a você, ou a qualquer um outro, não importa.

Não porque eu não ligo para o que você pensa.Sim, eu ligo.

Mas isso não altera o fato.O fato chamado história.O fato chamado vida.O fato chamado futuro.

Frieza não é maturidade, tratar pessoas de forma diferente só porque elas não estão mais em sua lista de pessoas preferidas é ser imaturo.

Eu ainda estou aqui.Eu sou a melhor memória viva que alguém vai ter de vocês.E vocês ainda vão lembrar melhor de mim.



AD INFINITUM



(Desculpem se alguma parte ficou um tanto quanto pesada sentimentalmente ou até mesmo, denotou fraqueza de espírito.Certas vezes, a chama da esperança nos outros, ao contrário da chama da lealdade, diminui um pouco e quase apaga...)

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