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terça-feira, 22 de setembro de 2009

Auto Confiança




O garoto acordou ás nove da manhã em um dia chuvoso.Born to be wild foi a música do seu despertador, mas de selvagem, só a barba malfeita.Lavou o rosto, tomou café da manhã, se arrumou e deu uma olhada no espelho.Não importava se iria vestido de lagosta ou de Hugo Boss, não se sentiria bonito nem seria notado, de qualquer forma.Saiu na chuva, pegou a linha zero trinta e seis, depois o velho trem sentido interior, e chegou á faculdade sem nada diferente. O professor de matemática não havia chegado.Ele senta em um dos bancos patrocinados lá fora (casa de doces Formiga Atômica: os preços mais açucarados da região), retira o criptograma da bolsa e começa a se entreter.Havia acabado de preencher "overdose" na lacuna que perguntava a causa da morte de Janis Joplin quando uma onda de pessoas irrompeu no silêncio cinzento daquele dia.Em meio á dois ou três conhecidos, duzentos anônimos. Paralisado e surpreso, como o velho cachorro cozinheiro da Tv Colosso, ele guarda a revista, e como se fosse Matt Damon em Supremacia Bourne, sai pela esquerda, atravessa o átrio, e nem precisa olhar para a direita para saber que o professor ainda não está lá.Seus pulmões ainda estavam rigídos e sua visão desfocada quando encontrou com um amigo.Inventou uma desculpa, e lhe foi oferecida a carona.Aceitou de bom grado, o amigo era sempre boa compania. Entraram no Corsa 96, azul cobalto.Conversaram sobre o show do Stratovarius e a prova do dia anterior, ouviram Helloween e discutiram sobre José Serra.Fim da carona, andou alguns quarteirões de chuva (aquela chuva que não é forte nem fraca, chuva sem graça), entrou em casa e inventou que o professor tinha operado (operado um inferno em sua vida, ié, um cheio de lagos de fogo burocrata e pecadores natos que ousavam tirar abaixo de seis). Deitou na cama e deixou aquele auto desprezo, por não resistir á uma simples fraqueza social, se abater sobre sua consciência, enquanto a chuva batia(ridícula, ainda) na janela e o coração batia (desolado, ainda) no peito.


O garoto se chama Diego, tem dezenove anos e nove meses e mora em Osasco.Tem um blog chamado Highdiota, e como sempre, serve de ponto de partida para o post de hoje.

Podemos definir a auto confiança como a fé total e inabalável nos seus ideais e em você, tendo consciência dos seus pontos fortes ( e os explorando) e das suas fraquezas (que devem ser corrigidas, e nos servem como limites para evitarmos certos erros - como a arrogância).

A vida sem auto confiança fica difícil, pra não dizer impraticável.É como alguém que anda sem equilíbrio.Vai estar sempre andando para frente e para trás, vai se matar de esforço para fazer coisas pequenas, e qualquer empurrão da vida te derruba.

Viver sem auto confiança é ser dependente sempre, o que é detestável para o ser humano.Quando crianças, queremos ser adultos para não ter que pedir nada.Quando adultos, queremos ser crianças para não ter que fazer nada.

Quando se vive sem auto confiança, sempre se está sofrendo por alguém ou se criando amores platônicos.Isso se deve ao fato de que a pessoa procura o complemento no outro, em vez de desenvolver as potencialidades de que necessita nela mesma.Já dizia Shakeaspeare : Amar não é se apoiar.

Sem auto confiança, a vida não vai para a frente, não se ganha nenhuma batalha.Seus atos não tem efeito, porque você não acredita que eles tenham.Seus sonhos não se tornam realidade, porque você não acredita que eles existam.Tudo tente a dar errado, porque pelo menos assim pode afirmar: "Viu, eu estava certo".Era o que você sempre acreditou lá no fundo : que daria errado.Assim, o homem que despreza a própria liberdade de espírito passa uma falsa sensação de sabedoria, baseado em uma razão sombria.

Pessoas sem auto confiança são o tapete favorito para egocêntricos e levianos, pois a glória passageira deles se baseia em diminuir os outros, e quem não tem auto confiança já se diminui sem precisar pedir.Juntam-se aí as afinidades, e o útil ao agradável.

Quem vive sem auto confiança não toma parte dos acontecimentos, portanto, não faz parte do tempo e do espaço.Sua sombra é o máximo que consegue projetar.Quem vive sem auto confiança quase sempre se vê nas mesmas situações ruins, porque menospreza a própria história, e quem não entende a história tende a repeti-la.

Para se ter auto confiança, é necessário, antes de tudo, se respeitar.Não violentar a própria consciência com más lembranças.Não se apequenar diante do pequeno, porque a diferença entre uma única pessoa e o maior de todos os astros que proporciona vida á uma galáxia inteira é o tamanho.Tanto em importância como em potencial, acredite, são iguais (para não dizer que a pessoa é ainda mais, o que é verdade).Não se permita fraquejar - anule a fraqueza com uma virtude, o mau pensamento com a boa vibração - siga em frente, e CONFIE.Essa é a base e metade do caminho para conquistar o mundo.



Até mais, caros raros,

AD INFINITUM

4 comentários:

Jonny disse...

Meu caro sobrinho, surpreso ao ler parte (porque tem coisa para caralho) do seu blog. Cara, você escreve muito bem, ou como dizem aqui no Sul, BAH TRI LEGAL GURI, tem certeza que optou pela área certa na facul? Jornalismo e Comunicação estão bem latentes nas suas linhas.

Parabéns! Sugestão: monte um texto legal sobre qualquer assunto "editorial" se é que me entende e mande pra alguns canais de comunicação. Pode não ser sua praia, mas quem sabe não rende algo interessante? Viro seu empresário,hehehehehe.
Sucesso pra você.

Abraço - João Freitas

Bru disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
-E2R- disse...

De uma crônica triste, chuvosa... par ao momento seguinte: que baque!! Dificil falar sobre auo-confiança, mas de alguma forma, vc conseguiu por os dois juntos. Em uma crônica e em uma reflexão quase revoltada...
Achei legal.
E.

Unknown disse...

"Sem auto confiança, a vida não vai para a frente, não se ganha nenhuma batalha.Seus atos não tem efeito, porque você não acredita que eles tenham.Seus sonhos não se tornam realidade, porque você não acredita que eles existam.Tudo tente a dar errado, porque pelo menos assim pode afirmar: "Viu, eu estava certo".Era o que você sempre acreditou lá no fundo : que daria errado.Assim, o homem que despreza a própria liberdade de espírito passa uma falsa sensação de sabedoria, baseado em uma razão sombria."

Cara, sem palavras.
Tirou de dentro de mim tudo o que um dia eu poderia, talvez, querer falar, e não saberia como.

Você é ímpar, Di. Kill me of pride :B

AMO!