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quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Individualismo




"Ele é muito individualista".Quando você ouve algo assim, pensa logo que é uma crítica, certo ?

Seria, na maioria dos casos.Mas, aprendi que individualismo NÃO é egoísmo, e consequentemente, NÃO é contrário as palavras caridade, amizade, coletivo, dentre outras.

Na verdade, o individualismo é fator indispensável para quem deseja algo.A individualidade é o que lhe separa da grande massa.Quantas pessoas usam as mesmas roupas, as mesmas marcas, tem os mesmos vícios ? Quantas tem orkut e colocam "bjo m liga" no perfil ?

Não confundam individualidade com personalidade ou originalidade.Estas duas coisas derivam da individualidade.

E então, você, leitor, que pode estar achando este post um saco (ou não) pode pensar : que merda de assunto.Ele está enchendo linguiça.

Não estou.Na verdade, isso é o resumo de algo que vem ocorrendo comigo há alguns SÉCULOS PORRA meses.

Vou resumir, no melhor estilo narrativo, que é o único estilo em que eu sei escrever quase bem, para entenderem o porquê:

"Naquele semestre, de trinta e oito alunos, apenas dois haviam passado.Poderiam ser Einstein e Newton, porque assim ele se sentiria muito feliz com a desculpa de que era um mortal e por isso não havia passado também.Mas não eram.Passou dias pensando : Por quê ?.

Se lembrou dos tempos colegiais quando era o Big Boss das matérias, o nerd desgraçado cujas costas eram alvo preferido de todo e qualquer xingamento propiciado por inveja e orgulho ferido, e tentou achar alguma característica pessoal ou de personalidade que se aproximasse dos dois sortudos que passaram de semestre.Entendeu que, a semelhança era como na hora das aulas e das provas, ele se concentrava, se fechava em seu mundo, e era o objetivo e ele, ele e o objetivo, e nem Deus existia nessa hora.Tinha seus amigos, tinha a hora de dar risada.Mas estava sempre focado, e o mundo poderia se esbaldar de cocaína tipo colômbia junto com suas crianças em chamas (uma propaganda de bebês flamejantes em cima de uma folha de coca em Bogotá era algo sugestivo) que ele não moveria um centímetro para resolver porra nenhuma.


Na faculdade, com todo aquele mundo novo de gente, lições e pressão, ele logo fez amizades com o pessoal mais velho.É natural, ele assistiu no National Geographic : o lobo mais novo se junta ao líder da matilha, em busca de proteção e treinamento.Mas na hora da caça é cada um por si.O líder, o mais forte, não divide.
Cada um por si.Esquecera dessa última lição.Amigos, negócios a parte.Isso não é uma família, não é Don Corleone.Não é a máfia.É a vida real. Entendeu que era preciso sim, ter suas amizades verdadeiras, toda a camaradagem, as alegrias.Mas fora dali.Lá dentro, tinha que ser frio, totalitário, dominante.Não seria filho da puta.Teria seus ideais, teria cárater.Mas seria decidido.

Então, sentou no computador, e fez aquilo que todo ser humano incluído no mundo digital faz : entrou no orkut. E aí, ele viu como era estúpido certos atos dele mesmo.Havia se dedicado, dado o seu melhor, por várias pessoas.As pessoas diziam "eu te adoro" e "eu gosto de você".Mas, quando um certo alguém, ou uma certa oportunidade, acenou, apenas acenou, uma porra de um aceno comparado ao império que ele tinha construído para mostrar o quanto gostava delas, as pessoas viravam as costas, saiam correndo e parabéns, você acabou de sair da lista dos dez (dez ? com sorte seriam cem) mais da vida delas.Entendeu que desejar ser especial para quem era especial para ele era ir contra a maré.Aprendeu que as pessoas tinham também seus desejados, e que não importava muito que ele tocasse violino, falasse doze línguas, construísse um Taj Mahal, comprasse a Microsoft, praticasse musculação e fosse medalha de ouro em todos os esportes, por mais que ele se esforçasse em tentar fazer alguém feliz, esse alguém se virava e dizia : "Que fofo" ou "obrigado" e voltava a algo mais importante, tipo preencher criptograma.E, por Deus, que babaquice mais digna de programa de humor da televisão aberta nas noites de sábado, assim que uma pessoa, daquelas que eram especiais para quem era especial para ele, acenava, a pessoa se jogava, rolava no chão, fingia de morto, feliz, feliz, feliz.A pessoa se menosprezava em prol daquele ser que veio do além e com um dedo conseguiu mais do que ele com mil braços.E assim, todo seu esforço e dedicação também eram desvalorizados, porque foram entregues a alguém que renunciou ao próprio valor.Entendeu que por mais legal que fosse, não ia adiantar.Por que o outro alguém poderia ser assassino, estuprador, feio, mau cárater, mulherengo, corrupto, e qualquer merda do tipo, que era só ele dar um charme e pronto, you lose, stupid."

E avaliando assim, friamente, porque a vida não é circo como muita gente pensa, pra viver que nem palhaço, eu realmente notei que não merecia aquilo.Que é preciso sim, continuar melhorando o mundo, continuar lutando atrás dos sonhos, continuar acreditando nas pessoas e tendo o prazer, de tempos em tempos, de ver algo belo da vida.Mas, nunca, definitivamente, nunca, se anular assim.Saiba ter um dia de imperialista americano.Seja agradável com seus vizinhos, tenha boas relações, ajude os necessitados, mas não se incomode em mandar uma dezena de Tomahawks em quem merece nem em fechar fronteiras e mostrar quem você é para quem te confunde com uma Guiana Francesa da vida.

O individualismo é o maior reconhecimento de que você tem um coração batendo aí para te manter vivo e impulsionar você na batalha pelos seus objetivos.


E, novamente, repito: Individualismo não é egoísmo.


Pensem sobre.Embora, invariavelmente, os comentaristas do blog, pelo menos, já são pessoas de personalidade forte e de opinião decidida.




Até mais, caros raros.


AD INFINITUM



Obs: Foto retirada do filme A Lista de Schindler.Uma das melhores cenas do filme.Mesmo para quem não gosta de Segunda Guerra (bocós!), é um ótimo filme.

4 comentários:

Unknown disse...

"(...) porque a vida não é circo como muita gente pensa, pra viver que nem palhaço, eu realmente notei que não merecia aquilo.Que é preciso sim, continuar melhorando o mundo, continuar lutando atrás dos sonhos, continuar acreditando nas pessoas e tendo o prazer, de tempos em tempos, de ver algo belo da vida.Mas, nunca, definitivamente, nunca, se anular assim."

Eu não tenho nem uma única palavra a acrescentar quanto a isso.

Mas, quanto ao resto do post, eu nunca havia visto o individualismo da forma que você o expôs. De fato, pareceu-me sempre crítica dizer (ou ouvir alguém dizer) que uma pessoa era individualista: já me vinha a mente aquele ser mesquinho, que não dava nada de si pra mudar um pouquinho do mundo, que só pensava em seu próprio bem-estar, e 'que se dane o resto'.

Mas, agora, parando pra pensar, tem certas coisas que é o individualismo que as torna possíveis: crescimento pessoal é uma delas.

Sem puxação de saco: a cada novo post eu aprendo um pouquinho mais.

Você é incrível, Di :)

E para com essa história de que vc não consegue ser especial pra ninguém ¬¬'

Digo, sem medo de errar, que você é absurdamente especial pra muita gente.
Algumas talvez você nem conheça. Ou nem se lembre.

Mas você não é só mais um no mundo: você é um que faz a diferença, de verdade.

Beijo, meu sweetie :****

Thais Sant'Ana disse...

individualismo não é egoismo, porem acredito que exista uma linha tenue entre os dois

{talvez seja por isso que a minha consciencia não decide se estou errada, ou certa quando sou individulista}

"E para com essa história de que vc não consegue ser especial pra ninguém ¬¬'" Concordo ... para com isso, que coisa ! vc é especial pra mim, Eu te Amo de verdade!

=)

Le créateur disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Bru disse...
Este comentário foi removido pelo autor.