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sábado, 13 de fevereiro de 2010

La ballata del pistolero







A vida é uma escola.Clichê, não ? É, tão clichê quanto chuva de fim de tarde no verão paulista.Mas sabe qual o problema dos clichês ? Eles representam verdades.Verdades ininterruptas, daquelas que você ri agora mas quando estiver na fila do INSS com uma fralda geriátrica, ainda vai estar na boca de todo mundo, e aquele velho do seu lado, que um dia foi o delinquente com boné de gangue no shopping vai falar "ié, os tempos não mudam, tá ligado, véio ?".

Uma coisa que aprendi nessa escola, é que um bom entendedor da vida usa a solidão, não é usado por ela.Ele sabe os momentos em que precisa ficar sozinho, e os momentos em que pessoas, mesmo aquelas que fazem você entender o sentido daquela palavra de quatro letras chamada amor, são completamente intrusas e sinal de dor de cabeça.

Dor de cabeça é aquilo que você tem quando você leva tanta porrada da vida que só quer jogar a toalha e falar : Você venceu.Me dê o controle remoto e eu vivo o resto dos meus dias sobre a Terra sentado em minha poltrona de couro remendado assistindo a programação aberta, e eu não me importo de todas as minhas gerações seguintes serem malvistas, malditas e amaldiçoadas.Não se amaldiçoa ninguém nesse mundo.Só aqueles que lutam por algo.

E essa é minha maldição.Sabe aquele pivete mal educado que o casal de amigos leva na sua casa e você quer decapitar ? Esse moleque é o Diego, e o dono da casa se chama Destino.É muito bom a sina do Destino.Tudo fica em ordem, os pobres nascem e morrem pobres, os ricos nascem e morrem ricos, uma guerra aqui, outra lá, alguns milhões de namoros frustrados e crimes passionais.E quando alguém tenta mudar isso, sempre dá uma merda bem grande, tão grande que o Destino nem se importa em punir o bastardo, porque revoluções sem sangue não são revoluções, é só aquele tópico que você acessa no Orkut e não teve nem cinco respostas.

O Destino é sábio, porém sádico, e gosta de jogar com o garoto aqui.Ele se pergunta até onde ele vai, vai aumentando as apostas, pede um uísque e dá risada a cada trapaça.O garoto aqui joga conforme as regras, e o Destino sabe que isso faz com que as próprias pessoas antipatizem com ele.Só iriam adorá-lo se ele vencesse.E o Destino sabe o porquê : Pessoas detestam regras, e detestam quem segue elas, mas adoram e imploram por justiça e ordem.Estranho, não ? Por isso existem tantos mártires."Se não houvesse pecado, e não houvesse condenação injusta, e não houvesse mal, quem seria Jesus ?!", alega o Destino.

Mas o garoto aqui não se abala.Ele aprendeu com o que tem de pior e mais egoísta na Terra : Sonia Abraão, ou talvez Dado Dolabella ? Se chutar alto, cai um Bush.O garoto sabe que quem faz justiça e quem luta por algo está fadado a sentar na mesa do Destino e a ganhar dele.Porque os fortes fazem o próprio destino, assim dizia a sabedoria que vem dos antepassados, aqueles que o tempo apagou os resquícios, mas não a memória, nem o legado, porque o tempo é relativo, mas a honra de ser quem foi não.

E ele joga as cartas.

Houve tempo em que era preciso esperar.Houve tempo em que era preciso lutar.Agora, ele diz o tempo.

E agora, seu coração está vazio.E agora, ele vê medo nos olhos do Destino.

Nunca esteve tão forte.

Hora de apostar alto, filho.Essa noite, uma nova revolução começa.

Com ou sem sangue, haverá um perdedor.

Um dia, a solidão foi a inimiga mais vil.Hoje, é a serva mais dócil.Ontem ela, hoje você, amanhã o mundo.

Você sentou na mesa com o cara errado, Destino.É bom que você tenha uma mãe pra quem chorar depois.


Let's play, baby.




AD INFINITUM

1 comentários:

putresco disse...

Ôpa, este post foi super guêi.


Mas é como Tauron dizia: "Os fortes devem proteger os fracos e os fracos devem servir os fortes". Eu não concordo com o que ele dizia.





Seu cara raro leitor número ein.