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terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Look at the stars, look how they shine for you...


...And everything you do,
Yeah, they were all yellow




Quando eu somava sete anos, estava sentado no banco passageiro do Corsa do meu pai (eu sei, criança com menos de dez não pode estar na frente.Mas dá um desconto, a história é bonitinha), e estávamos voltando de uma longa viagem ao Paraná.

Eram 20:32, me lembro do horário até agora porque eu olhei no relógio de pulso, aqueles de borracha que tinham calculadora embutida, antes de acontecer aquilo.

Eu poderia estar dormindo, e meu pai deveria estar prestando atenção na estrada, possivelmente estava, mas nós dois olhamos ao mesmo tempo pro céu e no mesmo ponto dele quando uma estrela caiu.

A gente acha que estrelas caindo são um espetáculo a parte, tipo efeitos no show do Roberto Carlos no fim de ano da Globo.E na verdade, elas são muito, muito mais do que isso.Não vou entrar no mérito da questão científica, de como as estrelas viram supernovas, buracos negros e de como elas dispensam energia, gás e matéria no espaço em uma proporção gigantesca.

Mas, o que nós vimos, e todos que viram estrelas cadentes viram, foi aquela bolinha branca se movimentar rapidamente até outro ponto no vazio escuro, deixando um pequeno rastro brilhante e desaparecer.

E assim, eu e meu pai vimos nossa primeira estrela cadente.

E assim, eu me apaixonei pelo universo.Foi amor á primeira vista.

Desde o fim do ano passado eu alimento a vontade de comprar um telescópio.Eu queria um Hubble em casa, mas como eu não desenvolvi o Windows nem sou o dono daquele mercado de esquina chamado Wal Mart, eu não tenho.

Um telescópio mediano, que dá pra brincar um pouco e enganar alguns falando que você roubou da Nasa, custa em torno de 500 pilas.Os melhores, por volta de dois mil reais, daí pra cima.

Eu sei o nome de umas 200 estrelas.Sei os três tipos, e sei mais um monte de coisa.

Mas, não é essa a melhor parte.A melhor parte é chegar uma noite depois do trabalho, sentar na frente do pc, olhar pela janela ao sentir uma brisa fria e ver o céu limpo e cheio de estrelas, e, meu Deus, meu Deus, sentir aquela sensação, AQUELA sensação, de quando eu vi a estrela cadente.Olhar pro céu e se sentir O Pequeno Príncipe, olhar pro céu e obter uma sensação sobrenatural, irrefreável, de que pertencemos á algo gigantesco, e de que há uma força maior naquilo.

Depois de tantos dias de tensão e sofrimento consecutivos, eu ainda sento aqui, e ainda sinto essa sensação de liberdade, de sonho.

E todo dia, a gente reclama por nossa vida parecer igual, pelos desafios parecerem intransponíveis, por tudo ser feio...

Mas é só olhar pra cima.Tem tanta beleza por aí.É só saber ver.

Admiro um universo inteiro.E acho que, aos poucos, vou construindo um dentro de mim, para que todos que me conheçam, um dia, possam admirar as coisas que criei e as estrelas que fiz, e para que eu também veja neles estrelas, não tão distantes, mas tão grandes e brilhantes como todo ser humano é capaz de ser.


E, a imagem do post, foi tirada por um astronauta.Ela foi tirada exatamente entre a camada que a atmosfera acaba e começa a entrar nas camadas mais próximas do espaço.Dá pra ver o pôr-do-sol e ao mesmo tempo o espaço lá em cima.Ele postou hoje no twitter.



É tão bom lembrar que somos mais do que átomos, não ?


Estou de volta, molecada.Hora de voltar a conquistar o mundo lol.

Cadê meu donuts ?



AD INFINITUM

2 comentários:

Kaah disse...

Nossa..que história Linda! Me sentia tão pra baixo que após a leitura... meu astral deu um "up" (: Adorei! foi uma das melhores que ja li até hoje! Fiquei muito encantada. Beijoo Diego ;*

putresco disse...

Mais uma vez o senhor está com a razão, Diego.

Todos os dias o sol dá um espetáculo ao nascer mas mesmo assim as pessoas estão dormindo ou ocupadas demais para ver.




Seu caro raro leitor número um.