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domingo, 10 de julho de 2011

The Man With Harmonica



Se existe uma coisa que aprendi nessa vida, forasteiro, foi a me comportar como ser humano, como homem.

A admirar cicatrizes em vez de temê-las.

Eu acho que ainda não aprendi a me comportar como um perfeito diplomata das coisas, como um verdadeiro cidadão, ou um verdadeiro cristão, entenda como sua crença permitir.

Acho que ainda sou bruto demais pros erros alheios.Ainda fico bravo com má educação.Ainda me irrito com potencial menosprezado.

Tem que perdoar, forasteiro, leitor forasteiro.

Tem que se irritar, porque acomodação não faz bem, só ao jumento que leva a vida como peso.Mas tem que perdoar.Ou isso vira uma bala que te fura lentamente através dos anos e acaba com sua alma.

E esse mundo tem se tornado tão louco e tão orquestrado ao mesmo tempo, caro amigo, que você pode e vai perder e ganhar a fé em um instante.Ou em um dia.Ou em um mês.Ou pode viver a vida toda e morrer como o velho surdo da praça, que todos sabiam existir, mas ninguém sabia o nome.

Eu fico pensando o que dá nas pessoas para chegarem em um lugar para o qual foram chamadas, ao melhor estilo "só os amigos foram convidados", e não cumprimentarem ninguém.

Eu não sei se elas esquecem da educação, gente boa, ou se elas se permitem ser arrogantes em uma suposta segurança por estarem no meio de outros conhecidos.

Eu acostumei a ver coisas feias demais por aí, cara.Do tipo morrer por cinco reais.Então você vai, e constrói sua vida ao melhor estilo Vito Corleone.

Os amigos perto.Os inimigos mais perto ainda.Você espera uma bala de um inimigo, mas, um menosprezo de quem deveria ser amigo, isso é de matar seus conceitos, você há de concordar.

Então você fica bem bravo, tipo um touro, pronto pra chifrar os fundilhos do primeiro desavisado que ousar espetar você com vara curta.

Mas a vida é uma roda da fortuna, já dizia a cigana maldita.

E pelo sol que ilumina nossas cabeças, eu tive uma resposta muito boa, e muito estonteante.Como Whiskey 21 anos.

Fui numa UTI, caro leitor, e visitei minha avó que operou do coração.E o que vi ali não foi falta de educação ou arrogância despretensiosa.

Foi amor puro.Foi o que senti ao apertar a mão da velha senhora, hell yeah.

E foi o que vi se repetir em todas aquelas macas próximas dali.Pessoas abraçadas com seus entes queridos, falando palavras de apoio, ainda que estas se aproximassem de rostos de olhos fechados e sem reação.

Pessoas que não pareciam fazer aquilo para alimentarem uma imagem e status, ou para obter vantagem, ou para se sentirem melhores que outras, pois as paredes eram a platéia.As paredes e eu, caro amigo.Eu que agradeço a Quem estiver no controle de tudo pela oportunidade de acalmar este coração rebelde.

Eu vou guardar esta memória aonde nenhum ladrão possa roubar, e espero que você mentalize essa imagem ao ler isso também.

Porque eu vou usar sempre que duvidar da humanidade, forasteiro.E espero que você use também.

E espero que um dia, aquelas pessoas que ignoram não tenham que falar oi para as pessoas de olhos fechados.Espero que seja eu, o de olhos abertos, novamente esperando um gesto de básica educação.

Porque o amor puro é lindo.A falta de respeito não.


P.S : Minha avó está reagindo muito bem á uma operação de ponte de safena e era, de longe, a melhor naquele quarto.Obrigado Deus, e eu vi que minha fibra tem origem genética.Hell Yeah.




AD INFINITUM




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