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quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Impressões



Estava eu, passando pela cidade vazia, de volta para casa, após passar o dia fora com a namorada.Primeiro dia do ano, e andar por aquele lugar me trouxe várias lembranças.Lembrei de todas as vezes que saí por ali, desde criança, fosse saído de uma barraquinha de cachorro quente, fosse indo para a escola...

Peguei um ônibus que há muito não pegava, e pra minha felicidade, também vazio.Tudo para meu prazer, parecia.Sempre pegava essa linha, que dá a maior volta, quando queria demorar pra chegar em casa.Passei na frente da escola em que fiz o primário, e lembrei de quando eu saia correndo para a perua escolar.O ônibus seguiu em frente, e pegou outra avenida, agora virando á direita e passando por uma pequena ponte.Vi então a casa do Renato, lugar de tantas e mais quantas risadas e imaginações, lugar de refúgio quando era de nossa vontade se divertir um pouco.Olhei mais ao fundo,e vi o cemitério.Sim, também gostávamos de conversar no cemitério.Não por que queríamos ser os tiozinhos góticos, longe disso, não enchiámos a cara nas tumbas nem trepavámos com mortos ou usávamos maquiagem pra parecermos mais branquelos.Era simplesmente por ser mais calmo e longe dos humanos(vivos) em geral.O ônibus subia a rua do fórum, e ao descer novamente, avistei a rua da padaria da Anne,aonde havíamos feito um jogo de tabuleiro no minimo fora das regras normais (do tipo "seu personagem foi engolido, se fodeu, volte 20 casas).Ganhamos um dez por aquilo na matéria de Educação artística e várias risadas.Agora o ônibus seguia o pontilhão, e eu lembrei do caminho que eu fazia pra sair do meu primeiro trabalho em direção do Senai.Lembrei vagamente do meu chefe e da graxa embaixo da unha, e da preguiça anti-escravidão.O ônibus chegou á uma nova avenida, formada por prédios altos á esquerda e estabelecimentos comerciais e escolas á direita.Foi numa dessas escolas que eu me arrisquei á fazer um cursinho gratuito há uns dois anos atrás.Não deu certo, mas eu até gostava de um professor e da companhia de alguns amigos da escola.Agora eu entrava em uma nova avenida, e vi o caminho que eu percorria a pé nas férias para ir do trabalho para casa.Vi a rua da minha antiga casa, aonde morei por tantos anos.Subimos nova avenida, e finalmente desci.Passei em frente ao ponto em que descia no meu ultimo trabalho, e cheguei em casa.

Quanta riqueza havia dentro de minha própria história, e eu nem percebia ? Na minha tentativa de ser grande, eu olhava para o passado e não via feitos heróicos.Triste engano ignorar tanta vida!

Ah, feliz ano novo, caros rarissimos quase inexistentes leitores.

2 comentários:

Thiago da Hora disse...

O destino de todos é me encontrar...

Bru disse...
Este comentário foi removido pelo autor.